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3 de julho de 2025

Cinco recomendações práticas para facilitar o trabalho remoto de times de T.I.

<p>Como garantir boa produtividade quando o time está trabalhando remotamente? De forma menos polida, como garantir que o time está trabalhando, sem “desvios irresponsáveis” na Netflix ou em outros tomadores de atenção?</p>
<p>A princípio, essas duas questões parecem análogas, mas possuem naturezas completamente distintas. Enquanto a primeira foca nos resultados, a segunda se atenta apenas para o empenho de esforço, o que não se traduz, necessariamente, em bom desempenho. Afinal, trabalhar muitas horas não significa produzir mais. O ideal seria um cenário no qual todos os times tivessem ênfase na geração dos resultados. Especialmente em times remotos, essa condição é fundamental.</p>
<p>Desta forma, é necessário o estabelecimento de rotinas que favoreçam essa cultura. Assim, acredito que cinco fatores são primordiais para a manutenção da organização das atividades em trabalho remoto. São eles:</p>
<p><strong>#1 – Reforçar o alinhamento de expectativas e prioridades</strong></p>
<p>O alinhamento de propósitos é fundamental para a autonomia de atuação. A boa gestão garante a definição de expectativas claras e realistas com relação às entregas de cada um. As prioridades precisam ser explícitas e continuamente atualizadas para garantir que todos estejam sempre trabalhando no que é mais importante. Tornar as metas claras reduz as chances de procrastinação e ajuda a aumentar o foco.</p>
<p>Alinhamento de práticas e regras também são importantes. Na difícil transição do trabalho presencial para o remoto, o time precisa, também, alinhar e cumprir ritos e práticas. Não raro, equipes combinam horários de trabalho em comum, nos quais todos precisam estar disponíveis. Com o tempo, os ritos síncronos, emulando atividades presenciais, são naturalmente substituídos por outros assíncronos. Mas, isso demanda certo tempo e amadurecimento.</p>
<p><strong>#2 – Ter check-points formais e regulares</strong></p>
<p>O fato de o trabalho ser remoto não implica em distanciamento. É importante que as lideranças não se distanciem e mantenham interações – se possível diárias – com todos os membros de seus times.</p>
<p>Caberá a todos a responsabilidade de deixar claro suas necessidades e, principalmente, respeitar as características dos demais.</p>
<p>Como rito formal, disciplinas de acompanhamento, não de microgerenciamento, ajudam na manutenção da cadência. Um bom ponto de partida é tentar responder, com interesse genuíno, as três perguntas comuns nas Stand-up Meetings: 1) O que você fez ontem? 2) O que planeja fazer hoje? e 3) Possui algum impedimento para realizar?</p>
<p>É fundamental que tais conversas sejam efetivas, sem posturas apáticas e robóticas.</p>
<p><strong>#3 – Dar mais ênfase a métricas e indicadores</strong></p>
<p>Boas métricas são fundamentais para a gestão. Entretanto, elas ganham ainda mais relevância quando o trabalho é remoto.</p>
<p>Indicadores de produtividade, embora nem sempre precisos, são essenciais para detectar ineficiências. Eles servem como instrumentos para apontar pontos que chamem a atenção do time, das lideranças e da gestão.</p>
<p>Os melhores indicadores são aqueles que autorizam ações para correção de rota quando algo não vai bem. Com o tempo, até mesmo pequenas variações passam a apontar tendências e antecipar grandes oscilações.</p>
<p>A recomendação é que sejam acompanhados, pelo menos, o lead time, throughput e percentual de bugs.</p>
<p>Lead time e Cycle time</p>
<p>O lead time pode ser interpretado como o tempo de reação dos times. Ele mede o tempo entre uma demanda ser criada até ela ser totalmente atendida, ou seja, colocada em produção.</p>
<p>Times de negócio que acordam prazos com clientes precisam conhecer o lead time. Essa é a métrica mais confiável para se ter previsibilidade de quando uma nova demanda será entregue.</p>
<p>Throughput (Vazão)</p>
<p>O throughput (vazão) mede o volume de trabalho concluído em um intervalo regular de tempo. Em um time de desenvolvimento, o throughput pode ser contabilizado com base no número de demandas atendidas por semana.</p>
<p>Erros ou inconformidades (bugs)</p>
<p>Maximizar o desempenho é fundamental para melhorar a produtividade. Entretanto, esse volume maior de entregas não pode ocorrer a qualquer custo. Esforços irresponsáveis para aumentar a vazão podem diminuir a qualidade, implicando em erros e inconformidades. Por isso, monitorar a qualidade é fundamental.</p>
<p>A métrica mais simples talvez seja o número de erros ou inconformidades reportados em um intervalo regular de tempo. Um bom indicador talvez combine a vazão com o volume de erros. Geralmente, recomendamos periodicidade semanal.</p>
<p><strong>#4 – Usar boas ferramentas</strong></p>
<p>Em equipes onde trabalhar remotamente é novidade, justifica-se todo esforço para minimizar impactos da mudança, criando, por exemplo, escritórios virtuais com ferramentas do estilo Discord. Dessa forma, hábitos podem ser modificados aos poucos. É importante também ter uma boa ferramenta para realizar conferências em vídeo. Uma boa alternativa é o Microsoft Teams, que além de funcionar bem é gratuito.</p>
<p>As atividades colaborativas de criação, que geralmente fazemos em um quadro branco, como brainstorming e ideação de produtos, também têm alternativas interessantes, como o Miro.</p>
<p>Por fim, é importante ter ferramentas para registrar demandas, trabalho e gerar métricas e indicadores, evitando desperdício de tempo com tarefas burocráticas. Boas opções incluem Trello, Jira e Azure Devops.</p>
<p><strong>#5 – Lembrar que o trabalho remoto é feito por pessoas</strong></p>
<p>Sobretudo com trabalhadores do conhecimento, métricas padrões e práticas não substituem interações e respeito. Não há fórmula mágica que faça o time funcionar. Mais do que nunca, a chave para a construção dos resultados é a confiança. Lideranças nunca foram tão importantes e, agora, elas devem ser desenvolvidas e incentivadas.</p>
<p>Estamos em um período de mudanças intensas e elas não são fáceis. Seguramente, queremos manter a produtividade dos dias em que estávamos em nossas zonas de conforto, mas isso não será fácil. Parar de trabalhar em um mesmo ambiente físico e começar a atuar, em time, remotamente, é uma lição para ser aprendida com o tempo. No começo, variações de produtividade podem ocorrer e não é saudável “fazer caso” com isso.</p>
<p>O importante é reforçar a qualidade da relação e isso acontece com fortalecimento da confiança.<br /><br /><em>(*) Consultor de Negócios e Tecnologia da EximiaCo.</em></p>
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